quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Contra o Brasil: a alquimia reversa do ouro no futebol



Faz tempo que anunciam que os alquimistas estão chegando. Mas eles são tão discretos, silenciosos, e moram tão longe dos homens que continuam executando as suas regras herméticas sem dar as caras. Enquanto não chegam, resta a lenda da pedra filosofal, um troço que transmutaria metais inferiores em ouro e permitira a criação do Elixir da Juventude. Junto com o Santo Graal e a Libertadores do Corinthians, é das coisas mais procuradas pela humanidade. E, como o time paulista achou o título quando ninguém mais acreditava ser possível, abre-se a possibilidade de encontrarmos o resto.

Assim como os alquimistas, os esportistas olímpicos carregam uma aura mística. Atletas que encarnam o espírito olímpico para representar sua nação num grande evento que reúne os povos. Uma celebração de jogos, onde a vitória é tão celebrada quanto o esforço de competir. De fato, uma coisa dos deuses. E, no meio disso tudo, há futebol. E, como nós brasileiros somos os deuses do futebol, essa parte do Olimpo é nossa, certo? Errado.

No Brasil há os esportes, e o futebol. Nossa seleção é chamada apenas de A Seleção, num apelido humilde que contrasta com O Time Inglês, Os Azuis, A Esquadra Azul, A Fúria, A Laranja Mecânica. Nomes simpáticos, mas que passam londe d'A Seleção. Porém, eis que nós, deuses, nunca obtivemos o ouro do Olimpo. Tal qual alquimistas fracassados, não descobrimos a pedra filosofal. Mas, parece, esse ano levaremos o ouro. Uma pena...

Se isso acontecer, o Zeus do nosso Olimpo será Neymar, uma criatura que representa o que de pior nós podemos oferecer ao mundo. Um rapazinho chato, com ego inflado, narcisista, e que encara um jogo como um circo onde ele pode fazer suas piruetas para o delírio da plateia e a admiração dos figurantes em campo. A prova de que mais vale uma ignorância acrobática ao som de tchu-tchu-tcha-tcha do que um neurônio esforçado.

O triunfo olímpico dessa seleção será como criar uma anti-alquimia, onde o ouro se transformará num metal dos menos valiosos.

Neymar, pra mim, não merece o ouro nem na ginástica, porque depois das piruetas ele nunca para em pé. Sempre cai.

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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