segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vou-me embora para o Rio de Janeiro

Nos últimos dias, ficamos todos impressionados com as cenas do Big Brother Rio 40 graus. Há dois anos as Unidades de Polícia Pacificadora são alardeadas como sendo o Santo Graal da segurança pública. A polícia, simplesmente, sobe o morro sem dar um tiro sequer, sem prender ninguém, e sem apreensão de drogas. É a chamada conquista de território. Foi a glória da sociologia da bondade. Nada de exército, nada de confronto, tudo feito só no amor. O comandante dessas operações deve ter sido o Cel. Espírito Santo, que diante do caos disse "Faz-se luz!", e onde antes havia trevas reinou a paz do Senhor. Enfim, sabe-lá-deus o motivo, a tática da paz e amor foi substituída pelas táticas de guerra. As Forças Armadas, antes consideradas despreparadas para confronto urbano (pelo menos no Brasil, porque no Haiti é isso que fazem...), resolveram entrar em ação, BOPE encarnou o capitão Nascimento, e o governo decidiu que prender é mais real que converter.
Ontem, conversando com um amigo, de repente ouço o comentário: "Rapaz, o bicho tá pegando no Rio!". Pois é... o Rio está tão violento, que somente uma operação de guerra pode libertar a cidade das forças do mal. Tudo que está acontecendo é a solução drástica para a barbárie que reinava. Em 2009, O Rio registrou a taxa de 34,36 homicídios dolosos por 100 mil habitantes. Em São Paulo foi de 10,95. Já Salvador, essa terra da felicidade, desta gente festeira, hordeira e simpática, teve o plácido índice de... 57,76 homicídios dolosos por 100 mil habitantes! Mas não se preocupem, medidas importantes já foram anunciadas. A PM-BA vai trocar o uniforme. A boina será aposentada, e o boné será utilizado.
Vou-me embora para o Rio de Janeiro

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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