domingo, 7 de novembro de 2010

God Save the King

Foto: Nabor Goulart/Agência Freelancer/Especial para Terra

Ele está no meio de nós! Sir Paul MacCartney fez ontem, em Porto Alegre, o primeiro show da sua turnê brasileira. E, tristemente, tenho a impressão de que a presença dele em nosso país merece muito menos destaque que a última visita de Madonna, que veio aqui para badalar com aquele agregado alçado à fama. E isso se deve a uma coisa: Paul é um anti-herói do mundo pop. Enquanto a maioria dos astros pop misturam excentricidades e fatalidades, Paul se comporta como um simples mortal que não é.
Lennon adorava os holofotes, criava factóides, casou com a, digamos, exótica Yoko Ono, e foi habitar o panteão dos mitos após ser assassinado por doido que lia Salinger. Elvis virou uma caricatura tosca de algo que ele nunca foi, trocou a pélvis pela pança, e morreu de forma tão melancólica que muitos preferem acreditar que ele copiou Rambaud e fugiu rumo a uma vida paralela. Madonna preferiu ser uma messalina chique a ser cantora e protagonizou (e inventou) escândalos os mais diversos até ficar velha e decidir posar de mãe do mundo. Michael Jackson... bom, esse dispensa comentário. Além de Handrix, Morrison, Janis Joplin...
Paul decidiu ser apenas Paul. Simpático, elegante, avesso a polêmicas e badalações, decidiu que a estrela é a sua obra, e não a vida dele.
E ainda tem cara que toca em bandinha de sei-lá-o-quê que se acha a bala que não matou Kennedy (aquela do suposto atirador de trás do muro).
Daqui a 200 anos, Paul MacCartney ainda será lembrado como um gênio. Tal qual fazemos hoje com Mozart. Até lá não sei se estarei escrevendo aqui. Vamos esperar.
God save the King!

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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