quinta-feira, 15 de julho de 2010

Jim, Rock e Rimbaud


Terça-feira, 13 de julho, foi comemorado o Dia do Rock. Eu passei um dia pensando em algo para escrever sobre isso, mas cheguei à conclusão de que seria difícil falar das bandas que gosto num espaço curto. E nem consegui eleger uma banda que sintetizasse tudo. Quase elegi a banda americana The Doors, mas desisti. Aí ontem, 14 de julho, a Festa Nacional da França, eis que ligo a tv e me deparo com um documentário sobre Jim Morrison, vocalista do The Doors, que morreu justamente em Paris. Pronto. Defini. São eles.
The Doors, sem dúvida, mudou meu conceito de música. Era composta por um guitarrista de música flamenca, um tecladista clássico, um baterista de jazz, e um vocalista que queria ser poeta e que era a própria síntese do rock: Jim Morrison. Jim dizia ter presenciado a morte de índios numa estrada do Arizona aos 5 anos. O espírito de um xamã teria incorporado nele e, a partir de então, passou a se proclamar o Lagarto Rei. Estudante de cinema, montou a banda, fez sucesso, virou o galã queridinho da América, se envolveu com um sem número de mulheres em festas loucas, usou todas as drogas possíveis, foi preso e condenado algumas vezes, e escreveu músicas que conseguiram juntar Sóflocles, jazz e LSD. Tudo isso antes dos 25 anos. Aos 26 anos, largou tudo e foi morar em Paris para escrever poesia. Aos 27 anos, em 1971, foi encontrado morto na banheira de seu apartamento. Apenas sua namorada, um amigo e alguns médicos viram o corpo. Não houve necropsia. A causa da morte não foi detectada. A notícia só chegou aos EUA depois que ele já estava enterrado. Por tudo isso, paira sobre ele lenda semelhante à de Elvis. Jim não morreu. Ele teria forjado a própria morte e fugido, como fez Rimbaud ao trocar os poemas pelo tráfico de armas no Marrocos. Segundo amigos, Jim sempre dizia que queria ser Rimbaud, pelos textos e pela fuga.

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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