quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Ferrari de Nietzsche

Olha lá, quem sempre quer vitória
E perde a glória de chorar
Eu que já não quero mais ser um vencedor
Levo a vida devagar pra não faltar amor
Los Hermanos

A Fórmula 1 é um esporte (será?!) peculiar. Possui equipes, mas os pilotos competem de maneira independente. Dentro das equipes cada um possui seu staff de engenheiros e mecânicos. O cara que troca o pneu de um nunca vai trocar o pneu do outro. Nas transmissões é comum vermos os funcionários de um mesmo time sentados em duas alas distintas, torcendo abertamente para o "seu" piloto. Então, onde está o interesse da equipe? É um esporte coletivamente individuail? Ou individualmente coletivo? Enfim, o fato é que a regra não permite que a equipe determine troca de posições entre pilotos. Mas, domingo passado, a Ferrari mandou Felipe Massa abrir passagem para Fernando Alonso. Já haviam feito isso com Barrichello, que cedeu a vitória para Schumacher em 2002. Mesmo sendo uma manobra ilegal, os brasileiros prontamente obedeceram. E, depois, ambos fizeram cara de vítimas inconformadas. Por que não enfrentaram a equipe e impuseram uma posição de herói? Ou, então, por que não assumiram de bom grado a situação e exaltaram as virtudes do fiel escudeiro? Para Rubinho e Massa, resta um aforismo de Nietzsche em "A Gaia Ciência", naquele tom de verdades dúbias. É ler e refletir:

Conselho:
Aspiras à glória?
Escuta, pois, um conselho:
Renuncia a tempo, livremente,
À honra!

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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