quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O homem que sabia esperanto

Tramitam no Congresso mais de 250 projetos para mudar o currículo escolar. Isso significa que se todos forem aprovados, umas 200 disciplinas se tornarão obrigatórias! Obviamente, isso é impossível... Mas não somente isso é, digamos, curioso. Além de matérias importantíssimas como cultura cigana, há uma proposta do senador Cristovam Buarque (de novo ele!) para incluir o ensino de esperanto no ensino médio. O esperanto é aquela língua criada para ser a língua universal, uma voz unificada que permitiria a todos se comunicar sem fronteiras. Pois é... se comunicar sem fronteiras é um bom mote para operadora de telefonia, mas para a vida real não pegou. Eu, um ignorante sem visão, acho melhor as crianças estudarem português e matemática, mas enfim...
No ótimo conto "O homem que sabia javanês", Lima Barreto ironiza a valorização da cultura inútil. Castelo, um malandro desempregado, resolve se passar por professor de javanês após ver um anúncio no jornal. Como ninguém sabe falar javanês, não seria desmascarado, pensou Castelo. Aprende umas 4 palavras, identifica um par de hieróglifos, e segue na cara-de-pau. Começa dando aula particular para um velho ricaço, que o apresenta a pessoas influentes. Resultado: vira cônsul, representa o Brasil em conferências internacionais, é homenageado pelo presidente e saudado pela imprensa como um grande intelectual.
Pensando bem, talvez o senador Cristovam esteja certo. Pra quê estudar português e matemática, se podemos resolver tudo com um título de professor de esperanto, né?!


Atualização:
Recebi um cordial e-mail de Fabrício Valle, Presidente da Intraespo - Organização Mundial para o Desenvolvimento da Economia Esperantista, uma ONGD sediada em Brasília. Ele me manda dois links bem interessantes - AQUI e AQUI - para blogs da instituição, além do Twitter - AQUI. Quem quiser se informar mais sobre esperanto, tem lá um monte de informação. Valeu, Fabrício.

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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