quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Escultura, tulipas e Facebook


Arte serve para quê? E, quanto custa? São questões eternas. Atualmente, ainda há a questão incomoda "o que é arte?". Ou "o que não é arte", como preferia Duchamp. A escultura em bronze "L'Homme Qui Marche I ", do suíço Alberto Giacometti, tornou-se a mais cara obra de arte vendida em leilão. A peça foi arrematada por módicos US$ 104,3 milhões, ultrapassando o recorde anterior de Picasso com o quadro "Garçon a la Pipe". Muitos se espantam com os altos valores do mercado da arte. Mas, na verdade, a arte é apenas o caso superlativo do que vemos todo dia: o preço da convenção. Status, por exemplo, é uma convenção social temporal. Houve tempo em que era legal ter uma charrete ornamentada ou usar uma enorme peruca branca rococó. E, como era símbolo de poder social, estas coisas custavam caro. Em 1637, a Europa teve uma enorme bolha especulativa quando as tulipas viraram moda. Um único bulbo foi trocado por uma enorme fábrica de cerveja, e outro alcançou o dobro do preço de um Rembrandt. Hoje, um bom exemplo é o Facebook, que está avaliado em US$ 6,5 bi apesar de ninguém saber como ganhar dinheiro com ele. Pois é, vai ver o cara que arrematou a escultura não gosta de tulipas...

  © Blog 'Croquis' Bahia Vitrine 2009

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