Análise borgeana
Qual o limite entre fazer referência e copiar uma coisa? No conto "Pierre Menard, autor do Quixote”, Jorge Luis Borges trata deste tema. O conto relata o novo trabalho literário de Menard: reescrever Dom Quixote. Mas, não é adaptá-lo a uma nova linguagem. É, apenas, escrever palavra por palavra tal qual o original. Ele iria, então, copiar? Não, iria reescrever. Uma diferença sutil, mas conceitualmente imensa, segundo o autor. Isso porque o contexto em que Menard iria escrever a obra era completamente diferente ao vivido por Cervantes. Logo, apesar dos resultados iguais, os caminhos diferiam. Em 1955, Eero Saarinen lançou sua famosa cadeira Tulipa. Aí, em 1957, Erwine e Estelle Laverne lançaram a sua cadeira Champagne, declaradamente inspirada na Tulipa. Bom, não chega a ser um caso à la Menard, mas é bem próximo...